12.1.13

Foi uma vez um verão - parte I

Foi com um certo desânimo que MM saiu de sua cidade natal para ir à praia, o que a desanimava e deixava receosa era a pesquisa que havia feito num desses sites de informações sobre o tempo, a previsão, claro, era uma semana intensa de chuva. Tudo o que ela conseguia pensar era, as férias começaram e as chuvas também, como todo ano em janeiro, mas como as malas já estavam prontas, pegou a estrada.
Quem dirigia era o Maridão Saradão, então ela tinha como observar a paisagem, é sempre com prazer e surpresa que admira a represa de Nazaré Paulista, devido a sua imensidão, um dos trechos mais bonitos do caminho.
Surpreendeu-se com a duplicação da Tamoios e ficou pensando: como no final os engenheiros unem a pista antiga com a nova? Dão aqueles que por ali passarão, alguma dia, a ilusão de que a estrada sempre foi assim dupla, quando na verdade não. Os caminhos abertos são intercalados, em um trecho os operários trabalham do lado esquerdo em outro do lado direito, pensamento concluído pelo comentário: segredos da engenharia.
Foi observando os segredos da engenharia, que MM pensou em planejamento, em quantos detalhes não eram necessários: materiais, mão de obra, maquinário e se assombrou quando observou em uma placa a meta ali estampada: "Temos 340 dias". A única palavra que lhe veio a cabeça foi: Caramba!!! (o restante não convém nesse post)
Durante todo o percurso a chuva estava por ali, hora pairando e observando os veranista que por ali passavam, criando a expectativa de chegar logo e ver o mar, hora derramando suas gotas e turvando a paisagem, deixando o ar mais acinzentado. Pela primeira vez passeou pela Serra do Mar sem poder desfrutar da paisagem maravilhosa que ela proporciona, pois tudo era neblina.
Quando chegaram próximo a cidade de Caraguatatuba, um pé da água enorme acompanhado de desânimo canseira, formigamento dos membros que não podiam ser muito movimentados devido ao longo percurso, foi banido assim que eles avistaram o mar, sentiram o cheiro dele se espalhando pelo ar,como um gás inebriante que modificou tudo, trazendo a certeza de que a decisão de viajar tinha sido a melhor e isso se confirmou quando no final da tarde, após tudo organizado, MM e MS sentaram-se em frente a imensidão que os hipinotizava com o vaivém de suas águas, o seu cheiro salino e característico, sua brisa refrescante, banhado por um entardecer que prometia lindos dias.
A chuva? Aquela prevista por um site de tempo, já não estava mais ali...